Caminhos da Serra: Homofobia mata, a fé acolhe
- Felipe Barbosa

- 29 de ago.
- 1 min de leitura

Partimos do princípio da reencarnação. Entendemos que nossas almas não estão presas ao corpo físico e que, muitas vezes, a experiência espiritual pode se manifestar em uma matéria que não corresponde exatamente à essência do espírito. Por isso, em nenhum momento condenamos aquele ou aquela cuja alma se apresenta de forma divergente ao corpo em que nasceu.
Essa é nossa compreensão sobre a homossexualidade: uma vivência legítima, parte do caminho evolutivo de cada espírito. Dentro da concepção reencarnacionista, compreendemos, aceitamos e acolhemos.
Àqueles que não compartilham dessa visão, pedimos apenas respeito. Pois, assim como reconhecemos a diversidade de crenças, é fundamental reconhecer também a diversidade das formas de existir e de amar.
Infelizmente, vivemos em um país marcado pela violência homotransfóbica. Só em 2023, foram assassinadas 214 pessoas LGBTQIA+, um aumento de 42% em relação a 2022. Outra pesquisa independente registrou 257 mortes violentas, o que significa uma vítima a cada 34 horas. Esses dados alarmantes mostram que, longe de serem isolados, esses assassinatos refletem um cenário estrutural de ódio e intolerância, muitas vezes alimentado por discursos religiosos radicais.
Esse fanatismo também atinge as mães que perdem seus filhos LGBTQIA+. A dor dessas mulheres, que enfrentam o gesto repressivo ou até o silêncio religioso, é invisibilizada por uma hipocrisia que justifica o ódio em nome da fé.
Com base nisso, reafirmamos que nossa espiritualidade exige acolhimento e amor — jamais repressão. O respeito às diferenças, a empatia por quem sofre e a luta contra o preconceito violento são obrigações espirituais e humanas.
A intolerância mata, destrói famílias e adoece almas. Que nosso caminho seja sempre de luz, compreensão e justiça.


Comentários