Quando o Tambor Une Vozes: A Fé e a Resistência nas Cantigas Afro-Brasileiras
- Felipe Barbosa

- 15 de ago.
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Nas diversas expressões culturais do povo negro no Brasil, os toques e cantigas, ainda que diferentes, guardam semelhanças profundas. A capoeira, o jongo e as comunidades de terreiro, cada uma com sua identidade, também carregam influências do catolicismo popular, fruto do encontro e da resistência que marcaram nossa história.
O que todas têm em comum é a forma de transmitir mensagens, sempre através de cantigas e ritmos. Essa linguagem musical foi, por muito tempo, um código de comunicação. Na capoeira, por exemplo, existia um toque específico para avisar que a polícia estava se aproximando, em tempos em que a prática era proibida, garantindo que os negros nunca fossem pegos de surpresa.
Entre tantas cantigas, há uma em especial que atravessa diferentes manifestações, aparecendo na Folia de Reis, no jongo, na Umbanda e na própria capoeira. Ela diz:
“Oi Deus nos salve a casa santa, êô
Onde fez a morada, êô
Deus nos salve o cálice bento, êô
E a hóstia consagrada, êêêôôô”
Mais do que versos, são palavras que carregam fé, ancestralidade e união, provando que, mesmo em caminhos diferentes, a batida do tambor e a força da voz mantêm viva a memória e a identidade de um povo.




Salve a capoeira!