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Caminhos da Serra: Em homenagem ao meu velho pai, que já não está mais neste plano.

  • Foto do escritor: Felipe Barbosa
    Felipe Barbosa
  • 6 de jun.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 14 de jun.

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Ouvi muitas vezes ele dizer: “A Umbanda não é uma religião dogmática.”


E ele tinha razão.


A Umbanda não se baseia em doutrinas rígidas, nem em verdades absolutas aceitas sem questionamento ou crítica. Ela é uma religião viva, construída a partir da sabedoria ancestral, da resistência e da espiritualidade do povo negro, que foi arrancado de sua terra e jogado aqui, em um sistema de opressão brutal.


A Umbanda nasce em vários lugares do Brasil, em um mesmo período histórico, como resposta à dor, à exclusão e à violência. Torna-se uma ferramenta de enfrentamento e sobrevivência diante de um sistema cruel — e resiste. Com o tempo, transforma-se em uma religião legítima, essencialmente brasileira.


Se olharmos atentamente, veremos que existem muitas Umbandas. A praticada no Sul é diferente da do Sudeste, que por sua vez é distinta da do Nordeste. E ainda assim, em meio a tantas variações, há quem fale em “Umbanda Branca”, como se houvesse uma versão “pura” ou “superior”.


Mas Umbanda é Umbanda.

Não é branca, é de negão!

É do povo!


É da diversidade que constrói unidade.


Mesmo com práticas diferentes, há algo que nos une: o desejo de contribuir para uma sociedade melhor, equilibrando o espiritual com o sagrado. Somos uma religião de reza, de canto, de dança, de agradecimento e de fé viva.


E se hoje seguimos de pé, é porque nossos pais, mães e ancestrais mantiveram acesa essa chama.


Axé, meu pai. Sua palavra vive.

 
 
 

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